O governador Ronaldo Caiado e a empresa Raízen lançaram nesta terça-feira (1º/10) a pedra fundamental da primeira usina de etanol de segunda geração (E2G) do estado, localizada em Jataí. O projeto, com um investimento de R$ 1,2 bilhão, promete gerar mais de mil empregos diretos e indiretos. A planta será a única em Goiás a utilizar tecnologia que transforma o bagaço da cana em combustível sustentável, reafirmando a liderança do Brasil nesse campo.
Durante a cerimônia, o governador Caiado destacou a importância de apoiar indústrias que investem em ciência e pesquisa para desenvolver soluções sustentáveis. “Vocês mostram o Brasil para o mundo, reforçando aquilo em que sempre acreditei: a ciência e a pesquisa. Agora trazem para Goiás algo que só nós, brasileiros, somos capazes de produzir”, afirmou. Ele também ressaltou o impacto ambiental positivo do projeto, que utiliza o bagaço da cana para a produção de etanol, diminuindo a necessidade de novas áreas agrícolas e contribuindo para o sequestro de carbono.
A usina será erguida em uma área anexa ao Parque de Bioenergia já existente da Raízen em Jataí. A expectativa é que a planta entre em operação em 2028, de acordo com o vice-presidente de Açúcar e Renováveis da Raízen, Francis Queen. Ele explicou que o projeto reflete o compromisso da empresa em liderar a transição energética global. “Investimentos como este só são possíveis com o apoio significativo dos governos estaduais e municipais”, afirmou Queen, acrescentando que Jataí foi escolhida entre 35 localidades devido aos incentivos oferecidos pelo Estado.
Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Raízen, destacou o marco tecnológico da planta E2G. “A Raízen é a única empresa no mundo a produzir etanol de segunda geração utilizando o bagaço da cana como matéria-prima. É um produto incrível, que na primeira fase já aumenta a produção de etanol em 40%”, explicou Ometto, reforçando o caráter inovador e sustentável do projeto.
O vice-governador Daniel Vilela sublinhou a importância do anúncio, destacando o impacto tecnológico e econômico para Jataí. “É o que há de mais moderno, levando Jataí a um futuro promissor. Estamos testemunhando a instalação de uma indústria de alta tecnologia que agrega valor à nossa produção”, disse. André Luiz Rocha, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol (Sifaeg), ressaltou que a Raízen traz mais tecnologia, empregos e aumento da produção para Goiás. “Isso foi construído com um trabalho conjunto. Devemos agradecer ao governo pela compreensão e apoio”, destacou.
Com a nova usina, Goiás, que já tem destaque no setor sucroenergético, consolida ainda mais sua relevância. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estado deve produzir 76,6 milhões de toneladas de cana na safra 2023/24, ocupando o terceiro lugar no ranking nacional. Em termos de etanol, a previsão é de 4,7 bilhões de litros, posicionando Goiás como o segundo maior produtor do país. O anúncio da Raízen fortalece esse crescimento e coloca Jataí como um polo estratégico para o futuro da bioenergia no Brasil.