Comemorado em 24 de abril, o Dia Internacional do Milho celebra um dos alimentos mais populares e versáteis do Brasil. Essencial na culinária nacional, o milho também ocupa posição estratégica no agronegócio, sendo a segunda maior cultura agrícola do país e um dos principais produtos de exportação.
Além de saboroso, o milho é altamente nutritivo. Rico em vitaminas A, B1 e B3, fibras e minerais como cálcio, ferro, fósforo, magnésio e potássio, ele contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, melhora o funcionamento intestinal e auxilia na prevenção de doenças, como o reumatismo. É também uma importante fonte de carboidratos sem glúten, sendo indicado como alternativa energética para pessoas com diabetes.
A professora de nutrição da Estácio, Júlia Paiva, ressalta ainda a presença de carotenoides como zeaxantina e luteína, que atuam como antioxidantes e ajudam a proteger a visão. Segundo ela, as fibras resultantes do processamento do milho influenciam positivamente os níveis de colesterol e o perfil das lipoproteínas, essenciais no transporte de gorduras pelo organismo.
“O milho é um ingrediente fundamental na indústria de alimentos”, afirma a professora. “Seu óleo é usado em margarinas, maioneses e molhos; o farelo serve como base para rações animais; e subprodutos como farinha, amido, fubá e creme de milho têm múltiplas aplicações.”
Entre os derivados, o xarope de milho se destaca como adoçante em balas, chicletes, biscoitos, sorvetes, geleias e frutas cristalizadas. Ele também é usado em alimentos industrializados como hambúrgueres e embutidos, onde ajuda na manutenção da cor, textura e sabor. Outra curiosidade destacada por Júlia é a presença do milho em cervejas, tanto por meio de cereais não maltados quanto do corante caramelo, utilizado em bebidas alcoólicas, refrigerantes, chás e achocolatados.
Cenário agrícola e mercado
O Brasil ocupa hoje o terceiro lugar entre os maiores produtores de milho do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2024/2025 deve atingir 122,76 milhões de toneladas, um crescimento de 6,1% em relação ao ciclo anterior. A área plantada também deve aumentar ligeiramente, chegando a 21,14 milhões de hectares.
Embora o início da safra tenha sido promissor graças a um clima favorável, os produtores enfrentam desafios como a diminuição das chuvas após março e o surgimento de pragas como a lagarta-do-cartucho e a cigarrinha-do-milho. Em algumas regiões, o excesso de umidade também tem afetado o desenvolvimento das plantações.
As exportações de milho em 2024 somaram 39,75 milhões de toneladas, uma queda de quase 30% em comparação com 2023. Apesar disso, a demanda interna está em alta, impulsionada principalmente pela indústria de etanol e pela produção de proteína animal. O milho segue como o principal componente da ração para aves, suínos e bovinos, reforçando seu papel central na cadeia produtiva brasileira.