Audiência pública debate segurança em Jataí e propõe ações para valorização e fortalecimento das forças policiais

Reunião promovida pela Câmara Municipal contou com participação de autoridades civis, militares e representantes da sociedade

28/06/2025 às 13h17 Atualizada em 28/06/2025 às 13h22
Por: SITE
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FOTOS: Júnio Cine/CMJ
FOTOS: Júnio Cine/CMJ

A Câmara Municipal de Jataí promoveu, nesta sexta-feira (27), uma audiência pública para discutir o planejamento e os investimentos voltados à segurança pública no município. O encontro ocorreu no plenário João Justino de Oliveira e reuniu representantes do poder público, forças de segurança e sociedade civil. A iniciativa partiu do presidente da Casa, vereador Marcos Patrick, por meio de requerimento aprovado por unanimidade.

Com presença da vice-prefeita Flaviane Scopel, de parlamentares e de representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Penal, Superintendência de Trânsito e Secretaria Municipal de Segurança Pública, o debate buscou integrar ações e alinhar prioridades para os próximos anos. A população também teve espaço para manifestações e sugestões.

Na abertura, Marcos Patrick ressaltou a importância de um plano de ação conjunto, com foco em prevenção, ampliação do efetivo, modernização da infraestrutura e integração tecnológica. “A Câmara assume seu papel de mediadora entre a sociedade e o executivo para garantir políticas públicas eficientes e investimentos estratégicos em segurança”, afirmou.

O comandante do 14º Comando Regional da PM, coronel Santos Silva, destacou que os índices de criminalidade em Jataí vêm caindo há sete anos consecutivos. Ele defendeu, no entanto, a necessidade de manter os investimentos e de valorizar os profissionais. “A percepção da população é importante, mas os dados mostram que estamos no caminho certo. Precisamos agora garantir condições para que os agentes permaneçam na cidade”, disse.

A secretária municipal de Segurança Pública, tenente-coronel Selma Rodrigues, apresentou diagnóstico detalhado do setor e defendeu a reestruturação da pasta e da GCM, com revisão de cargos, salários e ampliação do efetivo. Ela também apresentou projetos estratégicos, como a criação de um Grupamento de Operações com Cães (GOC), a implantação de um canil integrado entre as forças de segurança, e um data center próprio para videomonitoramento, que permitirá integrar câmeras públicas e privadas, inclusive em áreas rurais. O investimento estimado é de R$ 500 mil.

Outra proposta apresentada foi a construção de uma sede própria para a secretaria, que atualmente funciona em espaço cedido pelo Estado, com contrato vigente até 2027. A nova estrutura deve abrigar também serviços como monitoramento de tornozeleiras eletrônicas e programas de penas alternativas.

No campo da mobilidade urbana, o superintendente de Trânsito, Marcelo Fiório, destacou avanços na sinalização e educação no trânsito, mas reconheceu a necessidade de ampliar a fiscalização. Anunciou a aquisição de novas viaturas, mais radares e a implantação de um novo pátio de apreensão de veículos, que deve fortalecer o combate a infrações.

Representando a Polícia Civil, o delegado regional Luís Gonzaga Júnior defendeu a ampliação do atendimento da Delegacia da Mulher para 24 horas, diante do aumento da demanda por proteção às vítimas de violência doméstica.

A vice-prefeita Flaviane Scopel reforçou a importância de políticas de apoio às mulheres em situação de vulnerabilidade e citou parcerias em andamento para construção de creches, a fim de ampliar a autonomia das vítimas.

A retenção de profissionais foi tema recorrente nas falas das autoridades. O comandante da GCM, Melo Júnior, relatou que a corporação perdeu 15 agentes desde sua criação, restando atualmente 45 guardas, número insuficiente para as demandas do município. Entre as propostas debatidas para enfrentamento da evasão estão o pagamento de auxílio-moradia, criação de conjuntos habitacionais para agentes e reajuste salarial.

Representantes da sociedade civil também contribuíram com sugestões, como a descentralização de moradias funcionais para agentes nos bairros e a ampliação da integração de câmeras privadas ao sistema público, com apoio de associações de moradores.

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